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Do Vestibular à Residência Médica: Minha trajetória

Atualizado: 25 de fev.

Eu ainda não acredito, confesso… Sabe aquele momento em que você pensa: "Não vai dar esse ano?" Pois é.


Por muito tempo, eu achei que esse era o meu caso. Mas, contrariando todas as minhas expectativas, eu consegui. Hoje, posso dizer que fui aprovada na residência médica em Cirurgia Geral pela UFF (ENARE) e pelo concurso da SES-RJ. Mas o caminho até aqui foi longo.


Foram anos de faculdade, passando pela pandemia, dúvidas, desafios pessoais e momentos em que pensei em desistir. Hoje, eu quero contar toda a minha trajetória, desde o vestibular até a residência, com todos os altos e baixos, e mostrar pra vocês como eu consegui ser a nova R1 de CG da UFF. E, se você está estudando para medicina ou para a residência, essa postagem é para você.


Tudo começou em 2019. Com 17 anos, fui aprovada no vestibular para Medicina. Fui aprovada em várias faculdades – UERJ, UNIRIO, UFF – mas escolhi a UERJ. Eu estava realizando um sonho. Cheguei cheia de expectativas, achando que a pior parte já tinha passado. Mas logo quebrei um pouco a cara porque o primeiro ano realmente foi intenso, além de morar longe da faculdade e passar horas e horas me deslocando de ônibus todos os dias, o ciclo básico era uma avalanche de bioquímica, fisiologia, anatomia. E aquela sensação constante de que eu nunca sabia o suficiente tomou conta de mim algumas vezes. Mas, mesmo assim eu estava muito animada, fiz amigos, me diverti nas festas, passei nas provas do primeiro ano… até que tudo virou de cabeça para baixo..


Em março de 2020, o mundo parou. Nós ficamos seis meses sem aula. No começo, eu e todo mundo achamos que ia ser só uma pausa, 15 dias que acabaram virando meses: sem aulas, o mundo vivendo literalmente uma pandemia, medo de sair de casa e, conforme o tempo foi passando, a faculdade iniciou as aulas a distância.

E eu me perguntava: como se aprende medicina a distância? Como estudar semiologia sem estar no hospital? Como aprender a examinar um paciente pela tela do computador?


Foi um caos. Demoramos a nos adaptar a essa modalidade de ensino, e, em alguns momentos, cheguei a ficar na linha de frente, como quando participei da equipe de testagem de COVID-19 em 2021, onde o medo de contaminar a mim e àqueles que amo era constante. Apenas em 2022 voltamos a ter algumas aulas práticas reduzidas, e às vezes até íamos escondidos com professores para o hospital, porque sabíamos que precisávamos aprender na prática. Mas isso só aumentava a pressão e a dúvida: será que mesmo assim vou conseguir me formar? Será que vai dar tempo de aprender? Eu estava com medo de ter uma formação incompleta, e isso me assustava, a mim e a meus colegas.


Em meados de 2022, com todos vacinados, finalmente voltamos com tudo – mas com pressa. Tínhamos que recuperar quase dois anos perdidos em poucos meses restantes de ciclo clínico, pois logo começaria o internato, os dois últimos anos da faculdade que efetivamente nos mostrariam como seria a prática médica e finalmente poderíamos completar as lacunas deixadas pela pandemia. Também foi nessa época que, preocupada em adquirir conhecimentos práticos e compensar o tempo de EAD, comecei meu estágio em um serviço de emergência, na sala vermelha.


Então, uma vez que em 2023 começaram os rodízios do internato, e junto a eles, a grande dúvida: qual especialidade seguir após a faculdade? Com um mercado cada vez mais concorrido, em que o número de formandos em Medicina cresce de forma desproporcional à quantidade de vagas de residência médica, a especialização se tornou praticamente uma obrigação para quem quer ter uma formação de qualidade e se destacar frente a outros profissionais no presente e no futuro. E apesar de eu sempre ter me dedicado muito durante a graduação, sabia que mais cedo ou mais tarde seria minha realidade.


Eu sempre gostei de Gastroenterologia, mas percebi que, para além do atendimento clínico da especialidade, o que realmente me encantava eram os procedimentos atrelados a ela: paracentese, endoscopia, colonoscopia e por aí vai. Percebi que me interessava muito por tudo isso e foi aí que comecei a pensar seriamente em Cirurgia Geral. Mas não se engane, apesar de eu estar contando tudo mais rápido a vocês por aqui, foi uma dúvida que perdurou por meses e meses até eu tomar a decisão, efetivamente.


Foi então que decidi estudar para a residência. Logo no início do internato eu assinei o banco de questões do Estratégia MED, e ele foi essencial para minha preparação. Comecei usando o banco de questões, estudando conforme os rodízios do internato, ou seja, passava pela pediatria, estudava mais e fazia muitas questões de PED. Passava pela clínica médica, consumia mais conteúdos sobre os temas de CM, e por aí vai, e posteriormente assinei o curso extensivo, para aproveitar as aulas, as apostilas, e todo o arsenal de conteúdos que eles possuem. E se você também quer usar o estratégia para se preparar para as provas de residência ou mesmo o revalida, temos o cupom Biaemedicina10 que ainda te garante o desconto no site. Não deixe de usar!


E voltando ao assunto, conciliar a faculdade com os estudos dessa maneira, de acordo com os estágios, foi muito bom: me permitiu aproveitar mais o internato e mesmo assim ainda me dedicar pelo menos um pouco aos estudos para as provas de residência.


Mas logo veio outro desafio no início de 2023: precisei sair do quarto que alugava perto da faculdade e voltei a perder 4-5 horas por dia no transporte público. E pra quem passa por isso diariamente, sabe como é chato e desgastante.


E aí, mais tarde naquele mesmo ano… veio a pior notícia.


Meu pai foi diagnosticado com uma massa no rim e outra no estômago. A chance de ser de origem maligna, pelo menos no rim, era bem grande. Começamos a realizar exames, procurar profissionais, agendar cirurgia, lidar com as inúmeras complicações que ele apresentou no pós-operatório… Tudo isso me consumiu alguns meses, foi difícil demais largar as complicações pessoais e me dedicar aos estudos incondicionalmente. Mas, uma vez que ele começou a se recuperar as coisas foram ficando mais fáceis.


Mas mesmo assim eu sentia que estava ficando para trás. Porém fiz o que dava para fazer: questões, flashcards e simulados na medida do possível. Me agarrei na constância, porque a intensidade não era mais uma opção, e o tempo não estava tão ao meu favor assim.


Fiz várias provas no Rio de Janeiro. Algumas fui bem, outras nem tanto…

E quando saiu a nota do ENARE…


Acertei 78 de 100 questões, e com currículo 85 de 100. Fiquei entre os 50 primeiros do Brasil em Cirurgia Geral e nada mais me abalou depois disso. E depois, com o “sisu da residência”, escolhi a residência na UFF, e agora, estou aqui… orgulhosa, com felicidade que não cabe no peito e pronta para começar essa nova fase e compartilhar tudo com vocês por aqui e pelo instagram.


Após todo esse momento de tensão e felicidade ainda recebi outra boa notícia: fui aprovada também pelo concurso da SES-RJ. Já estava agradecida e satisfeita com minha aprçovação na uff, que se manteve minha escolha de residência, mas a alegria não coube no peito com a segunda aprovação no meu primeiro ano prestando as provas de residência médica. Assim, tive a validação de que todo esforço e comprometimento valeram a pena.


Bonitos, a constância e a estratégia vencem a intensidade, vencem o desespero. Apesar de tudo que ocorreu, me sinto feliz demais por essa conquista e aliviada de saber que tudo que eu fiz nesse período me deixou mais perto desse objetivo. Muito obrigada pelo carinho e apoio de sempre.


🔥 "Se você tem um objetivo, siga em frente. A constância vence o talento.”


Nesse vídeo do canal contei mais sobre esse período! Vem assistir!

 
 
 

4 comentários

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Gustavo Cesar
Gustavo Cesar
26 de fev.

Perfeita😍

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Beatriz Cunta
Beatriz Cunta
27 de fev.
Respondendo a

Obrigada, Gu <3



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Marian Pompeu
Marian Pompeu
26 de fev.

Que trajetória mais linda! Parabéns Bia! Sucessoooo sempre!

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Beatriz Cunta
Beatriz Cunta
26 de fev.
Respondendo a

Obrigadaa, amiga!! Por todo apoio sempre 💕

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